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VIVÊNCIAS DO ESTÁGIO CURRICULAR EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

 

Alcione Castro

Cícero Gomes da Silva Júnior

Evanilda Ribeiro Nunes

Karine Barcellos da Silva

Leandra Tonsach Alexandre

 

 

 

INTRODUÇÃO

Este texto mostra as experiências de acadêmicos de Pedagogia ao atuar no Estágio Curricular Supervisionado (EJA). Foi realizado na Escola Municipal Jurandir Liberino Mesquita e no Centro Espírita Maria de Nazaré na cidade de Sinop, Mato Grosso. Com duração de dois meses no ano de 2015. Neste estágio, fizemos a observação participativa e entrevistas com os educandos da escola, além de aplicar uma aula informativa e entrevistas com as alunas do Centro Espírita. Em ambos os lugares fomos bem recebidos, o que permitiu que ficar à vontade para realizar as atividades. Percebemos que os alunos estão em diferentes estágios de conhecimento, possuem características que lhes fazem gostar mais de ler do que de fazer contas. Não houve tempo para produzir muitas mudanças, mas sentimos que eles buscaram melhorar a cada dia. Portanto, entendemos que a experiência do estágio é enriquecedora por proporcionar a nós futuros professores a oportunidade de vivenciar o ambiente escolar em sua realidade. Conhecer a escola, o currículo, os conteúdos, as metodologias a partir de experiências adquiridas por nós mesmos e não pela visão que o outro tem acerca da escola.

 

1. APRESENTAÇÃO DOS AMBIENTES ESCOLAR E NÃO ESCOLAR

 

O Estágio Curricular Supervisionado V (EJA) foi realizado na Escola Municipal Jurandir Liberino Mesquita e no Centro Espírita Maria de Nazaré. Com início no dia 01 de setembro e término no dia 26 de outubro de 2015.

 

Iniciamos com a discussão do livro Sete lições sobre educação de adultos do autor Álvaro Vieira Pinto que nos permitiu compreender como se dá a alfabetização dos adultos. Na educação de adulto se faz necessário levar em consideração todos os conhecimentos que ele adquiriu todo o tempo em que esteve fora da escola. O autor também destaca que o professor deve promover uma educação libertadora para formar cidadãos críticos, capazes de transformar uma sociedade.

 

1.1 VIVÊNCIAS NA ESCOLA MUNICIPAL JURANDIR LIBERINO MESQUITA

 

O estágio ocorreu durante quatro dias na escola, no período noturno. Nós estivemos na sala da segunda fase. No primeiro dia, haviam treze alunos na sala, o professor iniciou a aula com o texto Maricota a centopeia sonhadora e pediu para que os alunos fizessem a interpretação do texto, o texto por sua vez estava com a impressão fraca, e as letras pequenas causando mais dificuldades na leitura.

 

Neste momento, percebemos que a maioria da turma ainda não tinha o domínio da leitura. A princípio, o texto utilizado é de caráter infantil, mas os alunos não se importaram tanto, porque desejavam muito ler, compreender e entender aquelas letras, como se tivessem fome de conhecimento.

 

“Os analfabetos são considerados “subnutridos”, não no sentido real em que muitos o são, mas porque lhes falta o “pão do espírito” [...] Esta visão “nutricionista” do conhecimento talvez explique também o caráter humanitarista de certas campanhas latino-americanas de alfabetização. Se milhões de homens e mulheres estão analfabetos, “famintos de letras”, “sedentos de palavras”, a palavra deve ser levada a eles e elas para matar a sua “fome” e a sua “sede”. Palavra que, de acordo com a concepção “especializada” e mecânica da consciência, implícita nas cartilhas, deve ser “depositada” e não nascida do esforço criador dos alfabetizandos”. (FREIRE, 1981a, p. 37)

 

Sabe se que é mais fácil aprender quando há mais vontade e necessidade da leitura e da escrita assim, será melhor, aproveitado se os textos forem diferenciados para cada público. E assim, também concorda Martins (2004) revela que aprendemos ler a partir do nosso contexto pessoal, e isso é necessário para poder ir além. Isso significa que o professor deveria utilizar leituras ligadas ao cotidiano dos alunos para ir além. Em seguida, o professor pediu que eles lessem folhas de revista que ele destacou. Essa atividade do nosso ponto de vista foi ruim, pois as letras eram muito pequenas e eles não conseguiam enxergá-las.

 

Na última aula, eles fizeram cálculos matemáticos, para eles foi mais fácil. Depois de respondê-las no caderno, eles foram fazer uma no quadro. Os alunos aprenderam a preencher cheque, eles tiveram dificuldades, pois, não sabiam como utilizar as palavras e os números.

 

No segundo dia, os alunos foram para a sala de informática. Lá eles digitaram um texto, também infantil O pato pateta e os alunos mais adiantados outros textos. Todos eles tinham muitas dificuldades na digitação, tanto para encontrar as letras quanto para ler o texto digitado. Ocorre que, na informática eles são ensinados apenas a digitar, um dos alunos disse que seria ótimo se eles aprendessem a ligar e desligar o computador, aumentar a letra, salvar, etc. coisa que hoje é feita pela pessoa responsável da informática.

 

Na última aula, o professor trabalhou com problemas matemáticos de subtração, apenas um aluno conseguia interpretar os problemas e resolvê-los, o restante conhecia as letras, mas ao final da leitura do problema não conseguiam interpretá-lo. Isso dificultou a resolução dos problemas.

 

No terceiro dia, eles iniciaram a aula com ditado de palavras com s e z. Esse momento revela o quanto eles conhecem das palavras, e foi possível perceber que eles demoravam para associar as sílabas e juntar as palavras, pois logo que terminavam de escrever uma palavra já esqueciam a letra quando deveriam usar a mesma em outra palavra. Para Freire (1981 p. 40)

 

“...os alfabetizando assumem, desde o começo mesmo da ação, o papel de sujeitos criadores. Aprender a ler e escrever já não é, pois, memorizar sílabas, palavras ou frases, mas refletir criticamente sobre o próprio processo de ler e escrever e sobre o profundo significado da linguagem”.

 

Percebemos que as palavras não faziam muito sentido não havendo grandes significados para os educandos, elas poderiam ser substituídas por palavras que fazem parte do convívio dessas pessoas.

 

Depois do intervalo, eles fizeram contas de divisão, sentimos que eles ficaram com muitas dificuldades na questão de montar a conta, subir os números, emprestar, diminuir etc.

 

Durante esses dias, percebemos que o foco deles é a escrita e leitura, pois quando começava aula de matemática eles reclamavam e diziam que essas contas poderiam ser feitas na calculadora. E que seria melhor aprender ler os textos, conhecer as palavras e escrevê-las. Eles querem fazer o uso da escrita para melhorar o seu dia a dia, como ir ao supermercado, ver as placas de transito, ler a bíblia, tirar carteira de habilitação, dentre outros.

 

No último dia, fizemos quatro entrevistas com alunos da segunda fase de alfabetização. Os alunos têm idade de 58 a 66 anos, com profissões de moto taxista, motorista de caminhão, e duas aposentadas. Dos quatro alunos dois estudaram no máximo até a 3° série, e os outros dois nem chegaram a frequentar a escola.

 

Os motivos de abandonar e de nem chegar a ir à escola foi à necessidade de trabalhar e problemas de saúde. A escola de antigamente segundo eles, era muito tradicional, tudo tinha que ser decorado, e se não aprendesse a atividade proposta apanhava na escola e em casa. Eles dizem ter aprendido muito pouco nessa época.

 

Todos retornaram à escola com objetivos em comum, aprender ler e escrever. Especificamente cada um retornou para facilitar as atividades do cotidiano, como ler placas e sinalizações, tirar habilitação, ler a bíblia, como uma atividade de lazer, e segundo o Aluno C “ter mais liberdade e aprender mais”.

 

Para dois deles, a escola de hoje é um local seguro de novas aprendizagens que agregam as que eles já têm que são as de vida. Para o Aluno A “a escola tem que melhorar, pois o professor tem que ensinar mais, quando vocês vêm eu gosto porque aprendo mais”, ou seja, para ele o professor deve estar sempre disposto a tirar as dúvidas, quantas vezes forem necessárias, trazer conteúdos relacionados ao cotidiano.

 

Quando perguntado como a escola é vista pelos educandos as respostas foram positivas mesmo que em alguns pontos tenha que ser melhorada eles estão aprendendo assim, confirma Pinto (1982, p. 33) “o homem que adquire o saber, passa a ver o mundo e a si mesmo deste outro ponto de vista. Por isso, se torna um elemento transformador de seu mundo. Esta é finalidade da a educação”.

 

Os alunos estão aprendendo a ler, a escrever, a fazer contas, a “se comunicar melhor e ser mais educado” segundo o Aluno A, porém, o mesmo aluno revela que muita coisa que o professor está ensinando ele já sabia fazer, e que apenas vai à escola para treiná-las.

 

As atividades que eles mais gostam de fazer são: ditado, aula de computação, matemática, escrever palavras, ler e fazer contas. A maioria foca no ato de ler e escrever, pois segundo eles é o que os motiva estar ali todos os dias. Dentre as atividades que eles não gostam estão à divisão, a tabuada e as aulas de violão. A matemática é algo que pode ser feita pela calculadora segundo o que disse o aluno A.

 

Todos nós aprendemos de alguma forma, descobrir a melhor delas, facilita na aprendizagem. Dois deles dizem aprender mais quando a sala está em silêncio, quando alguém está o tempo todo junto auxiliando nas dúvidas, quando o professor explica todas as vezes que for necessário para eles compreendam. Um aluno disse que aprende lendo e o outro escrevendo pequenas palavras e separando as sílabas.

 

Para eles o bom professor é paciente, dedicado, explica de forma que todos compreendam, senta junto com o aluno e o ajuda nas tarefas. De acordo com as respostas dos educandos percebemos que todos concordam que para que aconteça o aprendizado é fundamental que haja um professor que tenha um bom relacionamento com seus alunos.

 

“Para ser um ato de conhecimento o processo de alfabetização de adultos demanda entre educadores e educandos, uma relação de autêntico diálogo. Aquela em que os sujeitos do ato de conhecer (educador – educando, educando-- educador) se encontram mediatizados pelo objeto a ser conhecido”. (Freire, 1981p. 40).

 

Também é fundamental que o educador tenha bastante respeito e principalmente paciência, pois esse público tem mais dificuldades na educação escolar, mas que trazem um grande conhecimento de mundo.

 

A maioria deles gostaria de poder ler a bíblia, revistas, e um deles disse que teria o maior prazer de ler o livro que um professor deu a ele.

 

Para os que foram entrevistados nenhum demonstrou interesse financeiro através dos estudos. Podemos ver em suas respostas que estão tranquilos em suas situações, as necessidades deles são outras. Para eles nossos entrevistados a situação é boa diferente de quem não tem estudo e nem uma situação estável assim, como afirmam Romão e Rodrigues (2011, p. 20)

 

“As (os) analfabetas (os) são considerados (as) como candidatos ao “desemprego estrutural”, isto, é, não terão, provavelmente, condições de serem sequer candidatos aos empregos do futuro mercado de trabalho pelo despreparo técnico, fazem parte de uma massa falida, porque foram excluídos dos espaços escolares formais, por meio dos mecanismos da repetência e da evasão, sendo conduzidos posteriormente a uma escolarização que não efetue a ‘alfabetização’”.

 

Para três deles, o tempo (7:00 ás 10:00h) que estão na escola é muito bom, no intervalo eles podem distrair-se conversando com os colegas. Já para o aluno A esse tempo de intervalo poderia ser reduzido para que eles pudessem aproveitar melhor a aula após o intervalo, que segundo ele tem dias que nem é feito nada.

 

A distância da escola não os impede em nada de estudar, todos tem o transporte pessoal para chegar até a escola.

 

1.2 VIVÊNCIAS DA DOCÊNCIA DO CENTRO MARIA DE NAZARÉ

           

Realizamos no dia 26 de setembro de 2015, iniciamos entrevistando seis mulheres. Na entrevista, percebemos que as mulheres circulam nas profissões de zeladora, salgadeira e são donas de casa. Duas delas não estudaram e o restante não passaram da 5° série, os motivos para não concluírem os estudos são diversos, tais como, trabalhar, morar longe da escola, casar e o marido não deixar ir à escola, ser mãe solteira.

 

Muitas revelaram as dificuldades que enfrentaram na vida pelo fato de não serem alfabetizadas. A aluna A veio da Argentina e diz que sentiu e sente na pele a dificuldade de não ser alfabetizada, pois, ela domina a língua materna que é o espanhol, porém, sente dificuldades em expressar-se em português, pois pensa em espanhol e tenta escrever em português. Outras disseram que enfrentavam dificuldades para ir ao supermercado, olhar preços, placas, e muitas defendem que o estudo é tudo, que lhes proporciona uma vida melhor. Os motivos que as fizeram voltar a escola são em suma, aprender a ler e escrever, ser autônomas e recuperar o tempo perdido.

 

Hoje, estudando no Centro Espírita Maria Nazaré, as mulheres sentem-se acolhidas, pois, gostam da professora, tem os materiais disponíveis para realizar as atividades, estão aprendendo a ler e escrever. Apenas uma aluna pensou em desistir, mas por causa da visão, diz não enxergar bem as letras do quadro e o restante nunca pensaram nesta possibilidade, destacamos a Aluna E que disse “enquanto eu não aprender a ler e escrever não vou desistir”. Através desta fala percebemos a importância da educação para elas, e que mesmo nas dificuldades elas ainda resistem.

 

Em seguida, realizamos uma roda de conversa para introduzir o tema da nossa aula que era os benefícios das frutas, cada um de nós falou de uma fruta diferente e seus benefícios específicos, escrevemos o nome da fruta no quadro e fizemos a separação de sílabas. Percebemos que elas ficaram interessadas no tema, pois se trata de algo que irão utilizar no seu cotidiano.

 

Na hora da escrita, as alunas enfrentaram dificuldades na acentuação, e nas sílabas complexas. A Aluna A que veio da Argentina, retrata o idioma como o empecilho para seu melhor desenvolvimento, pois ela pensa em espanhol e tenta escrever em português.

 

 

2. CONSIDERAÇÕES

 

Abaixo seguem as considerações de todos os integrantes do grupo, cada qual irá falar sobre o que estágio representou em suas vidas.

 

2.1 CONSIDERAÇÕES ALCIONE CASTRO

 

O estágio da EJA é um importante preparo para o discente que busca trabalhar com educação, porque seu trabalho está diretamente contribuindo nas etapas onde se articula o campo de atuação.

 

A experiência da qual pude participar foi muito cativante, pois percebi que as pessoas estão ali realmente querem buscar o conhecimento, querem compreender o que as letras dizem; porque a maior parte deles não teve oportunidade durante um bom tempo de suas vidas em entrar em uma escola.

 

Nesta preparação pude refletir sobre as dificuldades que enfrentam e já enfrentaram devido à falta de estudo, e por isso hoje nas entrevistas ficou claro que eles tentam incentivar seus familiares e conhecidos a nunca desistir. Também, pude observar o olhar pedagógico que envolve o profissional docente, neste olhar o profissional deve procurar desenvolver um material adequado, de assuntos que realmente buscam contribuir na melhoria das vidas dessas pessoas.

 

No dia a dia, ambas a participação da observação ou da docência aprendi muito, o que fez com o que também pude me sentir mais preparada para no futuro pensar em abordar a EJA como um meio de exercer cidadania.

 

2.2 CONSIDERAÇÕES CÍCERO GOMES DA SILVA JÚNIOR

 

O estágio da EJA foi muito interessante, pois conheci pessoas com sede de conhecimento, percebi que é possível sentir prazer de ensinar, ao ver a persistência de cada um presente na sala. Cada um que estava ali buscava algo para realizar-se, seja, com a carteira de habilitação, a leitura da bíblia, ou até mesmo escrever o próprio nome.

 

Como antes não tiveram oportunidades de concluir os estudos, hoje eles sentem que ainda há tempo para aprender coisas novas, fazer novas amizades e descobrir o encantamento da leitura e escrita.

 

Concluo que mesmo com as dificuldades do dia a dia, muitos seguem firmes e fortes buscando sempre superar-se a cada novo desafio. Enfim, espero estar contribuindo com a educação de jovens e adultos após minha formação.

           

2.3 CONSIDERAÇÕES EVANILDA RIBEIRO NUNES

 

Este estágio na EJA foi uma experiência muito importante para mim, não só como futura pedagoga, mas como pessoa também, pois pude vivenciar e perceber que existem diferenças entre as crianças e os adultos. Uma das coisas que gostei bastante foi que esses alunos querem muito aprender, respeitam o professor, não fazem barulho é muito tranquilo o ambiente, me fez ter vontade de ser professora dessa turma e contribuir para mudar a realidade deles.

 

Antes de iniciar o estágio eu estava apreensiva, insegura e com certo medo do que estaria por vir, pois ainda não me sentia preparada para dar aula para adultos, o que foi para mim uma surpresa por que: meu grupo e eu fomos muito bem recebidos pelos alunos e pelos funcionários da escola.

 

Na sala de aula o professor no inicio não se sentiu muito a vontade com nossas presenças, mas logo percebeu que poderíamos ajudá-lo e ficou, e nos deixou a vontade para que pudéssemos observar e até mesmo auxiliar quem precisasse.

 

Ficamos na segunda fase, eu percebi que os alunos têm muita dificuldade conhecem o alfabeto, mas trocam as letras, não conseguem ler nem escrever, apenas um aluno sabe ler e fazer as operações matemáticas. Foi passada para os alunos contas envolvendo problemas a dificuldade foi imensa, pois, se não conseguem ler como que vão interpretar problemas foi nesse momento que fomos muito necessários.

 

O aluno que ajudei está na escola porque precisa fazer a carteira de habilitação ele já tem carro, mas anda de bicicleta o carro é usado quando ele vai pescar então sai de madrugada e volta tarde para não correr o risco de acidente e nem ser parado por alguma blitz. O que deu para eu perceber claramente foi que se a forma ou o modo de ensinar não mudar ou melhorar muito ele vai ficar sem poder fazer a tão esperada habilitação que tanto deseja e necessita, falo isso, porque nesses dias de estágio, vivenciei alunos que não sabem ler, nem escrever, e no laboratório de informática não é diferente. Há reclamações do professor, e até existe caso em que se não mudar o professor para o próximo ano, o aluno irá desistir, outros querem pagar para poderem aprender.

 

Eu compreendo que existe dificuldade para os educadores de adultos, pois, trata-se de um público diferente que não tiveram a oportunidade de estudar na idade certa e na escola são passados para eles textos infantis que não condiz com as realidades deles e ainda com as letras minúsculas, o quadro mesmo só foi usado para algumas operações de matemática.

 

Portanto, existem dificuldades tanto para alunos como para educador, os problemas precisam ser analisados para que possam ser resolvidos. O que não pode, e não é justo é pessoas continuarem andando de bicicleta porque não sabem ler nem escrever e outros abandonarem a escola ou até mesmo terem que ter aulas particulares depois de tantos impostos que pagam nesse país.

           

2.4 CONSIDERAÇÕES KARINE BARCELLOS DA SILVA

 

Para mim, estas vivências me entusiasmaram, pois não há nada melhor do que ensinar a quem quer aprender. Todos que estão ali, de fato buscam aprender algo, não estão ali para perder tempo. Por isso, cada aula é importante, tudo que aprendem é levado em consideração.

 

Senti que eles necessitam de maior atenção, pois com a idade, muitos perdem um pouco da visão, demoram mais para aprender determinados conteúdos. Assim como, na educação das crianças os conteúdos devem estar adequados à idade, ao cotidiano e as vivências que eles já tiveram.

 

Ler e escrever são para eles a realização de sonhos, o simples fato de imaginar-se lendo algo que gosta ou que necessitam os deixam entusiasmados. Retornar a escola depois de muitos anos não é tarefa fácil, exige muito deles, e muito do professor que deve ser paciente e atencioso.

 

Enfim, este estágio me proporcionou momentos agradáveis, que fizeram refletir na minha formação acadêmica e enquanto pessoa. Aprendi a ser mais compreensiva, prestar mais atenção no próximo e ser mais paciente.

           

2.5 CONSIDERAÇÕES LEANDRA TONSACH ALEXANDRE

 

Ao final deste, percebe-se que realizar um estágio na educação de jovens de adultos é uma oportunidade única e indispensável, pois através do estágio pude perceber e entender como funciona a realidade de cada um que se propôs a retomar os estudos. E nada melhor observar uma escola no seu cotidiano para entender como funciona a educação e de que forma elas são administradas, pois o conhecimento se constrói desta forma sempre buscando superar cada desafio.

 

Fiquei muito feliz em estagiar na educação de jovens e adultos, fomos muito bem recebidos pela equipe escolar, desde a diretora até as merendeiras sempre muito gentis conosco nos deixando bem à vontade para estarmos realizando o nosso estágio. Este estágio foi de suma importância, essa experiência me fez entender melhor como é gratificante poder proporcionar momentos únicos na vida de quem realmente quer aprender a ler e escrever.

 

A educação de jovens adultos oferece ensino de qualidade e respeito mantendo o compromisso de forma cidadão críticos e capazes de agir na transformação do meio social.

 

 

REFERÊNCIAS

 

MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo, Brasiliense: 2004.

FREIRE, Paulo. Ação Cultural para a Liberdade. 5ª ed., Rio de Janeiro, Paz e Terra: 1981.

PINTO, Alvaro Vieira. Sete lições sobre educação de adultos. Autores Associados, 1982.

ROMÂO, Josè Eustàquio; RODRIGUES, Verone Lane. Educação de adultos: teoria e prática. São Paulo: IPF; Brasília: Liber Livros, 2011.

 

 

Para fazer citação a este trabalho utilize a bibliografia abaixo:

ALEXANDRE, Leandra Tonsach. et al. Vivências do estágio curricular educação de jovens e adultos. Revista Científica Cognitio, on-line, Mato Grosso, N. 03, Jul. 2017. <http://aces4r.wixsite.com/revistacientifica/ed-3-art-6>. Data de acesso: 

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