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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

 

                                                      Kely Eloir de Campos Santos

 

 

RESUMO

 

Como é de conhecimento de todo ser humano sobre a importância que tem a leitura perante a sociedade, até porque através dela nós podemos construir um mundo melhor, pois quem lê exercita o  cérebro, cria e recria história, a leitura é a melhor forma decisões de qualquer processo construtivo em prol a cidadania. A reflexão sobre o ensino da leitura na escola é muito importante nos dias de hoje. Nesta reflexão é primordial analisar os fatores que impedem a formação de sujeitos leitores para que se possam apresentar caminhos de renovação e qualificação na prática pedagógica relativa à leitura. A leitura sempre teve e tem um papel social de grande interferência na sociedade, mas enquanto haver educadores com caráter dominador o processo educacional será sempre excludente. O trabalho de leitura, na escola, tem por objetivo levar o aluno à análise e à compreensão das ideias dos autores e buscar no texto os elementos básicos e os efeitos de sentido. É muito importante que o leitor se envolva se emocione e adquira uma visão de vários materiais portadores de mensagens presentes na comunidade em que vive buscando sempre a democracia. Portanto, o objetivo deste artigo é despertar o interesse dos indivíduos pelo gosto da leitura.

 

Palavras chave: Ler, Exercíco, Visão de mundo

 

INTRODUÇÃO

     O ato de ler e escrever são naturais na criança e está em construção dentro dela, desde o nascimento.

No decorrer deste trabalho, veremos um pouco da história da escrita, para que possamos nos situar e para assim compreender os níveis em que a criança passa a até chegar a essa prática.

Veremos através de análise pedagógica em uma sala da pré-escola da rede pública na exploração dos temas trabalhos e projetos que o aluno produz seu próprio texto.

Nos trabalhos realizados notaremos que: a criança procura expressar-se de sua maneira, utilizando-se do desenho para expressar sua ideia, seus conhecimentos e em outros casos, como já avançam em relação à construção de sua escrita.

E é justamente o percurso que a criança faz que está sendo mostrado quando avançam ao desenharem e tentam escrever, expressando seus conhecimentos, ideias e pensamentos. Assim, cada produção é o resultado de um processo em que ocorreu a transformação de um significado em forma.

Em seu sentido próprio, especifico, “alfabetização e processo de aquisição do código escrito, das habilidades de leitura e de escrita;” mas é também um processo de compreensão, expressão de significados.

Quando o aluno é iniciado no conhecimento da leitura e da escrita tendo a oportunidade de decodificar e codificar os símbolos que compõe a língua que conhece e utiliza, ele está alfabetizado, tendo a necessidade da continuidade na consequência deste processo, pela dificuldade que Língua Portuguesa apresenta na formação de palavras.

Esta continuidade do processo é que vai permitir ao aluno a aquisição dos automatismos da língua na leitura e na escrita. Por isso, pode-se afirmar que a alfabetização é um processo que se prolonga por toda a vida.

Hoje, para uma pessoa ser considerada alfabetizada é preciso que saiba o que é a escrita  e para que ela é utilizada, na prática, isto corresponde à capacidade de ler um texto e compreende-lo, escrever um texto e interagir com o outro através dele; conhecer as letras e as formas como elas se combinam para construir as palavras; conhecer os diferentes usos que a escrita possui para responder as seus variados objetivos.

Em outras palavras, alfabetizar-se é entrar no mundo da escrita para ler e escrever com compreensão, contando com um novo instrumento de pensar, ampliando a visão de mundo e as formas de agir sobre este mundo de forma mais eficiente é poder usar a escrita no dia - a - dia, nas mais variadas situações.

                             

 

 

FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

 

Os cincos conhecimentos básicos para a leitura e a escrita que acabamos de identificar podem ser atingidos espontaneamente pelas crianças. Mas podem, também, estimuladas a eclodir, para que o alfabetizando esteja preparado para o arranque.

As crianças que fazem pré - escola recebem esse preparo.

A familiaridade com o papel e lápis, massinhas e brinquedos de encaixes, quebra- cabeças, canções, narrativa, jogos, ajuda a preparar a criança para os saberes e as tarefas envolvidas na alfabetização.

Entretanto, os professores de escolas de meio sociais menos privilegiados, se quiserem investir alguma criatividade no trabalho, podem suprir a lacuna da falta da pré- escola e podem ajudar suas crianças a ficarem em pé de igualdade com as outras.

Vamos procurar algumas ideias sobre como se pode estimular o desabrochar de cada uma das cinco capacidades necessárias para a alfabetização.

 

Primeiro problema: A ideia de símbolo

Trazer para a escola exemplos de símbolos: escudo de times de futebol, bandeiras de clubes e países, sinais de trânsito, apitos convencionais, gestos da língua de sinais naturais, ou seja, manuais dos surdos-mudos, símbolos religiosos, emblemas, amuletos.

 

Segundo problema: Discriminação das formas das letras.

 

Exercícios de desenho de pequenas formas: círculos, traços, cruzes, quadrado, ângulos, curvas, espirais, composições com várias unidades de formas diversas. Na escola de antigamente, as crianças preenchiam páginas e mais páginas com linhas verticais enfileiradas, linhas inclinadas, ciculazinhos, arquinhos e exercícios e mais exercícios de traçados antes de conhecer a alfabetização.

Sem chegar ao exagero, parece-me que há um lugar para um certo retorno a essa disciplina, pois hoje é muito comum ver pessoas segurando mal o lápis, colocando torto o papel sobre a mesa, sentando-se errado para escrever, começando o traçado das letras de modo arrevesado. Cultivar a boa técnica na escrita é um valor que merece voltar à moda.

 

Terceiro problema: Discriminação dos sons da fala.

 

Criar listas de palavras que começam com o mesmo som, de palavras que rimam (rimam perfeitas, rimas imperfeitas), de canções que apresentam repetições de sílabas.

Tomar uma mesma melodia a cantá-la em diversas sílabas: la-la-la... ta-ta-ta... pum-pum-pumpum... bim-bim-bim brincar de telefone sem - fio.

Imitar sotaques.

 

Quarto problema: Consciência da unidade palavra.

 

Dizer o nome dos objetos que estão à vista.

Aprender palavras novas: partes do corpo, temos de parentesco, acidentes geográficos, profissões, bichos, plantas, frutas, e sentimentos, atividades, comidas, instrumentos. Localizar a mesma palavra colocada em duas posições diferentes em duas sentenças diferentes.

Contar quantas palavras há numa expressão:

Macaco feio - Quantas palavras tem?

Águia fria - Quantas palavras tem?

Zico fez gol - Quantas palavras tem?

 

Quinto problema: A organização da página escrita

 

Brincar de ler. colocar pequenos textos na pedra, memorizá-los e receitá-los de memória, apontando para as palavras correspondentes à medida que a recitação vai prosseguindo.

Os textos podem ser criados pelos alunos. Com bonitos versinhos, essa atividade pode tornar-se muito agradável.

A escolha de textos familiares na cultura local (provérbios, ditados, refrões) normal na vida.

Depois de todos esses trabalhos, temos um freguês pronto e desejoso de aprender a ler e a escrever. Sendo que todos estes problemas foram detectados e estudados pela Emilia Ferreiro, José Juvêncio Barbosa, Paulo Freire e  Esther Pilar etc.

Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, duas psicólogas argentinas, em 1974, começaram a realizar importante pesquisa com o objetivo de conhecer melhor o caminho percorrido por quem aprende a ler e escrever.

Os resultados deste, publicados na obra pesquisa, Psicogênese da Língua Escrita, um marco na história da alfabetização porque, pela primeira vez, se buscou compreender a alfabetização à partir da visão de quem se alfabetiza.

Esta aprendizagem exige da criança um esforço que é recompensado pelo apoio que recebe dos adultos e, principalmente, pela alegria dever satisfeita sua necessidade de comunicação com os demais, ela construindo conhecimentos. Os alfabetizandos vivem em constante relação com as pessoas e como mundo que o cerca, onde são sempre desafiados e respondem a estes desafios fazendo cultura e construindo conhecimento que usam para a prender a ler e escrever.

Seus conhecimentos são a chave dos novos conhecimentos que vai produzir no seu processo de alfabetização, ampliando cada vez  mais suas descobertas.

Do ponto de vista construtivista, a escrita infantil segue uma linha de evolução surpreendentemente regular, através de diversos meios culturais.

 

 

O QUE É CONSTRUTIVISMO

 

Hoje a escrita está presente no nosso cotidiano de forma global, onde todos dependem de algo escrito. E a escola é responsável pelo processo de aquisição da leitura e da escrita.

O que somos hoje, depende daquilo que fomos no passado e o que seremos amanhã, depende da análise crítica que fazemos hoje do nosso passado e para se ter conhecimentos e usufruir da riqueza histórica construída pelos homens de todos os tempos é preciso à prática da leitura e da escrita.

Para Kato,(1994) “a história da escrita pode ser caracterizada como tendo três fases distintas: a pictórica, a ideográfica e a alfabética”.

A fase pictográfica se distingue pela escrita, da utilização do desenho do próprio objeto para representar a palavra solicitada. A estilização dos pictogramas dá origem ao ideograma, que passa a ter uma relação arbitrária com o objeto ou conceito representado. Além de representar um objeto ou conceito, passa a representar a palavra que representa esse objeto ou conceito tornando o ideograma pronunciável, visto que a palavra possui existência em termos de sons da língua. É a escrita baseada no significado dos símbolos e no significante do que se lê.

A fase ideográfica é a escrita que consiste no uso de um simples sinal gráfico para representar uma palavra ou um conceito. Esta tem origem na escrita pictográfica e é utilizada modernamente pelos chineses. A escrita chinesa é baseada nesse princípio do uso de um simples símbolo para representar uma ideia, ou uma palavra toda. A escrita ideográfica é baseada no princípio da representação de um símbolo diferente para representar cada palavra diferente. A escrita ideográfica é baseada no significante com forma ideográfica de base silábica.

A fase alfabética se caracteriza pelo uso de letras. Estas tiveram sua origem nos ideogramas, mas perderam o valor ideográfico, assumindo uma nova função de escrita: a representação puramente fonográfica. O ideograma perdeu seu valor pictórico e passou a ser simplesmente uma representação fonética. (1994:64/65).

Para Cagliari (1989:109), antes que o alfabeto tomasse a forma que conhecemos atualmente, passou por inúmeras transformações. Primeiro surgiram os silabários, que consistiam num conjunto de sinais específicos para representar as sílabas.

Os gregos adaptaram o sistema de escrita fenícia, ao qual juntaram as vogais, uma vez que, em grego, as vogais têm uma função linguística muito importante na formação e no reconhecimento das palavras. Assim, os gregos, escrevendo consoantes e vogais, criaram o sistema de escrita alfabética. Posteriormente, a escrita grega foi adaptada pelos romanos, e esta forma modificada constitui o sistema alfabético grego-latino, de onde provém o nosso alfabeto.

Seja qual for à escrita, segundo Cagliari, (1989) pictória, ideográfica, alfabética, sempre foi uma maneira de representar a memória coletiva, religiosa, mágica, cientifica, política, artística e cultural. Depois da invenção da escrita e da imprensa mais se firmou e se consolidou a história da humanidade.

A escrita tem como objetivo primeiro permitir a leitura. A leitura é uma interpretação da escrita que consiste em traduzir os símbolos escritos em fala. Ler é um ato linguístico diferente da produção espontânea da fala sobre um assunto qualquer.

Luckesi (1996) diz, “não podemos entender o processo de leitura como um simples ato de decodificar num processo mecanicista comandado por estimulo e respostas. Pois assim a leitura seria apenas um soletrar enfadonho de sílabas e palavras, sem ligação alguma com a realidade, nem tão poucos podem entender a leitura como a sonorização de frases soltas, desconexas e fora do contexto real onde elas têm origem.

Ao contrario de tudo isso, a leitura é um ato simples natural, inteligente, reflexivo e característico do ser humano, porque a leitura nada mais é que um ato de compreensão do mundo, da realidade que nos cerca e em meio a qual vivemos. "A leitura é um exercício constante, reflexivo, critico da capacidade que nos é inerente de ouvir e entender que nos a realidade que nos acerca e da qual também somos parte integrante”. (LUCKESI,1996, p.122).

 

A leitura exerce um papel fundamental na vida das pessoas, porque tudo ao nosso redor se traduz por atos de leitura, no uso do código escrito à leitura é um ato de reflexão continua. Ao ler estamos fazendo uso da língua numa de sua modalidade e aprendendo em que circunstância vai usar esse saber em nosso proposto. Através da leitura reflexiva se processa a leitura do mundo registrado na escrita e se incorporam as ideias, segundo as experiências e o conhecimento do leitor. A leitura não é meramente descobrir a relação de letras/ sons, mas envolve uma programação de fala, o de sentir o texto de modo que consiga ritmo, acento, entonação própria.

Ler não é decifrar o sentido de um texto. E a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significação.

O desempenho da leitura é resultado de uma ação consciente e continua do ser humano, voltada para a compreensão dos referenciais do mundo inscritos em diferentes tipos de textos.

Zielak (1992) nos relata que:

A aprendizagem da leitura e escrita constitui-se num complexo sistema funcional nada atraente para a criança uma vez que resolve tudo facilmente com o uso da fala, leitura e escrita não são funções isoladas, mas integradas num único conjunto, ligado ao desenvolvimento infantil. Quando a criança aprender a escrever terá que se desligar do aspecto sensorial da fala e substituir palavras por imagem de palavras. A fala oral é representação sonora do pensamento, enquanto que a escrita é a representação simbólica das palavras. (ZIELAK, 1992, p.32).

 

A leitura estabelece parâmetros amplos propiciando relações entre o desenvolvimento do raciocínio lógico e envolvendo momentos de aprendizagem de forma prazerosa. Percorrendo pelos percursos do hábito da leitura o aluno terá uma compreensão de mundo mais profundo e enriquecido nas diversas áreas do conhecimento como da compreensão da escrita, de números, das operações, das medidas, das formas, dos tamanhos, da história, da geografia, português, e de tudo que se relaciona com o conhecimento, à leitura está presente, além do senso crítico adquirido pela compreensão da leitura.

Lê-se para entender o mundo, para viver melhor. Em nossa cultura, quanto mais abrangente a concepção de mundo e de vida, mais intensamente se lê, numa espiral quase sem fim, que pode e deve começar na escola, mas não pode encerrar-se nela. Do mundo da leitura para a leitura de mundo, o trajeto se cumpre sempre, refazendo-se inclusive, por um vice-versa que transforma a leitura em prática circular e infinita. Como fonte de prazer e de sabedoria, a leitura não esgota seu poder de sedução nos estreitos limites da escola (LAJOLO, 1997, p. 114).

                                           

A leitura é uma atividade vital para a vida do indivíduo, e desde criança é necessário incentivar a leitura no seu dia-a-dia, passando a fazer parte do seu processo de desenvolvimento, estabelecendo relações entre o raciocínio lógico e envolvendo momentos de prazer.

Portanto o processo de construção da escrita e da leitura no sentido escrito é um processo inicial de aquisição das habilidades básicas de leitura e escrita - sentido lato-processo que busca o domínio da linguagem escrita e suas variações, levando à construção de um escritor e leitor dos mais variados, ricos e criativos textos. A alfabetização, em seu sentido estrito, conta com as seguintes fases: a fase da garatuja, pré-silábica, silábica, silábico-alfabética, alfabético-ortográfica.

No processo de construção da escrita, o grupo tem papel fundamental ­ele possibilita levantamento e verificação de hipóteses e, portanto, avanços significativos.

Na construção da base alfabética, o contato com a narrativa, por exemplo, é imprescindível. Mesmo inconscientemente, a criança interioriza os elementos da narrativa (narrador, personagem, ação - conflito e desfecho-espaço e tempo) e esta é a base para a construção de suas próprias histórias. Através desse contato constante e intenso, a criança passa a ter a chance de ser sujeito da narração, descrição e até da dissertação (se o discurso argumentativo não aparece na narrativa, pode surgir em um debate posterior sobre as atitudes das personagens, o desfecho da história etc.). A narração, a descrição e, sobretudo, a dissertação continua sendo objeto de estudo.

Portanto, seus interesses de leitura são individuais, distintos e são determinados por esses elementos que compõem a sua historicidade. Desde criança, na primeira fase de sua aprendizagem, o indivíduo já lê a realidade através dos sentidos (tato, olfato, paladar, visão e audição). Mais tarde, introduz-se no mundo da linguagem oral a, em seguida, no da escrita. Essa comunicação interage com o mundo.  O ato de ler é um processo que vincula a linguagem à realidade, o que faz com que tal processo ocorra de forma diferenciada, de acordo com as "lentes" que ° leitor utilize para ler essa realidade (FREIRE, 2001, p.27).

Para Rosa Persona, “a escrita é uma prática social, o que vale dizer que ela é uma criação dos homens. O uso que os homens fazem da escrita apresenta-se diferente em cada época histórica, o que podemos constatar facilmente através das mudanças que ocorrem na própria escrita, no seu uso e na forma de aprendizado desse sistema de comunicação. O uso da escrita ocorre de um entrelaçamento de outras situações, de outras situações, de outras relações, de outras necessidades. Por esta razão a escrita, enquanto fato social atende a uma necessidade que, por sua vez, é definida por outros fatos sociais. Assim, houve épocas em que a escrita era uma prática restrita a determinado grupo, cuja função específica estava diretamente dependendo do domínio do ler-escrever. Essa limitação da escrita se tornava necessária.

Tenho certeza de que a leitura não é comparável a nenhum outro meio de aprendizagem e de comunicação, porque ela tem um ritmo que é governado pela vontade do leitor; a leitura abre espaços de interrogação, de meditação e de exame crítico, isto é, de liberdade; a leitura é uma correspondência não só com o livro, mas também com o nosso mundo interior através do mundo que o livro nos abre.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com o trabalho realizado com os alunos de pré – escola em relação à aprendizagem escrita, concluí que nenhuma criança, nenhum estudante começa do zero, nenhum aluno chega à sala de aula com a mente vazia. Ela já vem com conhecimentos, frutos de uma explicação diária.

Foram partindo desse ponto de vista, do seu próprio conhecimento sobre assuntos, temas propostos. Levantando discussão ao grupo que surgiram as primeiras escritas. Com essas crianças verifiquei que para o processo de construção do conhecimento da escrita no indivíduo se inicia com características primitivas e vai tomando forma como escrita moderna, mediante o rompimento das etapas.

Concluo também que a criança leva para a Escola o seu contexto diário da família. Experiência de vida, valores que muitas vezes entram em contradição com a escola, no sentido da não valorização de sua vivência, de seus costumes, sua cultura etc. No entanto foi preciso a criança como sujeito histórico, pois ela produz cultura quando dialoga na escola, na família, com os amigos etc.

E assim a aprendizagem, a construção da escrita se dá quando o professor como mediador do conhecimento deixa a criança agir, propondo condições para que o educado desenvolva sua capacidade de observação, reflexão e criação.

Considerando que as crianças cujas atividades estão contidas nesse trabalho vêm de famílias de classe social menos favorecida, seus desempenhos são considerados ótimos e que estão preparadas para desenvolver melhor suas capacidades, alfabetizando – se com facilidade, inserindo no processo de leitura e escrita que se prolonga por toda vida.

A alfabetização na linha descrita é baseada na teoria construtiva, cujos princípios são:

* A aquisição da escrita é um processo cognitivo em que o aluno vai se apropriando da escrita à medida que ele constrói hipóteses sobre o que se escreve;

* O professor deve ser um facilitador da aprendizagem no sentido de criar condições favoráveis à evolução do aluno;

* A aquisição da escrita deve ser um processo espontâneo de modo que o aluno atue como agente principal da aprendizagem;

* O erro deve ser visto como construtivo, pois, a partir dele o aluno toma consciência da forma “correta” da escrita e cria hipóteses alternativas da aprendizagem;

* Toda e qualquer atividade deve ser antecedida de objetivos claramente definidos para a classe. O aluno deve sempre saber por que e para quê vai desenvolver atividade solicitada.

Neste trabalho procurei chamar a atenção para alguns pontos referentes à evolução da criança, quando analisada sob uma nova perspectiva de aprendizagem da língua escrita.

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAGLIARI,L.C. Alfabetização e Linguística. São Paulo: Scipione, 1989

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 41. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

FERREIRO E. e TEBEROSKY, A (1986) Psicogênese da Língua Escrita: Porto Alegre Arte Médica.

LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 5. ed. São Paulo: Ática, 1997

LAJOLO, Marisa. Literatura: leitores & leitura. São Paulo: Moderna, 2001.

LUCKESI, Cipriano C. Avaliações de aprendizagem escolar. 4ª edição. São Paulo:

Cortez, 1996.                                                                                                       

KATO, M. A busca da coesão e da coerência na escrita infantil. In: KATO, M. (org.) A concepção da escrita pela criança.  3ª.ed. Campinas: Pontes, 1994

PERSONA, Rosa M. J. Alfabetização : prática pedagógica dos professores considerados bem sucedidos,Cuiabá: UFMT .1993. Dissertação de Mestrado

ZIELAK, O . W. A alfabetização como construção e processo social. – No construtivismo e nos psicólogos soviéticos.Tatuí – SP, Casa Publicadora Brasileira,1992.

 

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Para fazer citação a este trabalho utilize a bibliografia abaixo:

SANTOS, Kely Eloir de Campos. Alfabetização e letramento na educação infantil. Revista Científica Cognitio, on-line, Mato Grosso, N. 02, Nov. 2016. <http://aces4r.wixsite.com/revistacientifica/ed-2-art-6>. Data de acesso:

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